Numa sociedade como a nossa, que está prontíssima para apontar, acusar, excluir e marginalizar, viver em autenticidade é um grande desafio. E os padrões de beleza, comportamento e sucesso não facilitam em nada essa decisão de ser quem se é.
De uma maneira muito torta, aprendemos a viver a partir do outro e entregamos a ele o dever de nos avaliar, (in)validar e orientar. É claro que não há o eu se não houver o outro, afinal, somos pessoas em relação o tempo todo e precisamos do outro para tecer a nós mesmos.
Mas até que ponto é saudável delegar ao outro a nossa própria tarefa de existir?
Frequentemente, pelo nosso desejo de aceitação e pertencimento, ferimos os nossos próprios valores e abrimos mão do que realmente faz sentido para nós. Sem pestanejar, sucumbimos aos critérios do outro, imploramos a ele o seu aplauso e, nesse processo, nos abandonamos, nos distanciamos da nossa liberdade de ser.
Se você revisitar a sua própria trajetória, eu aposto que encontrará episódios em que se viu refém do outro, evitando seu mal julgamento e, para isso, deixando-se escapar de você mesmo. Né?
Tá tudo bem a gente querer fazer parte de um grupinho; tá tudo bem a gente querer um elogio de vez em quando. Mas é importante que a gente não se perca de vista nessa busca pelo OK do outro e entenda que o que ele diz de nós não necessariamente é nosso.
Quando você se perceber em conflito nesse sentido, pare uns minutinhos e se pergunte:
-Quem é esse outro de quem eu busco aprovação?
-Que lugar estou dando pra ele na minha vida?
-Quem eu vou ser se ele me reprovar?
-O que, de mim, estou renunciando quando escolho caber na expectativa dele?
-Essa relação com esse outro me dá espaço pra ser? Se sim, por que eu não uso deste espaço? Se não, porque eu quero estar nessa relação?
Entenda: viver em autenticidade é viver livre e em harmonia consigo. E isso, além de revolucionário, é um grande marcador de saúde emocional.
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