Amor: um aprendizado que se dá na prática

coração desenhado com tinta branca em vidro

Dentre todas as definições de amor que a gente vê por aí, eu particularmente gosto muito do que diz a Ana Suy, que amor é algo que a gente aprende, e aprende amando e sendo amada/o/e. O texto de hoje vem falar um pouquinho do que a gente pode levar em consideração sobre esse aprendizado.

Disponibilidade

Para viver um amor, as pessoas precisam se sentir e perceber disponíveis. Isso não quer dizer necessariamente descomprometidas com outras pessoas, “solteiras”, mas comprometidas com a possibilidade de uma nova relação amorosa, não somente na consciência, na palavra, mas na ação, na atitude disponível. É claro que todas/os/es temos os nosso receios, nossas experiências dolorosas nesse sentido, nossas limitações no perfil amoroso, mas o quão disponíveis estamos para avançar no desejo, vivenciar novas situações, experimentar novas emoções, superar nossos bloqueios? Estar afetivamente disponível é condição inegociável para um relacionamento amoroso saudável.

Reciprocidade

Um relacionamento amoroso saudável requer uma dinâmica recíproca, em que as pessoas envolvidas nessa relação façam investimentos nessa relação, não precisamente da mesma forma, mas precisamente na mesma medida. Estar investida/a/e na relação amorosa e perceber que a outra pessoa também está se dedicando a cuidar dessa relação reforça aspectos importantes como confiança e intimidade, que na equação de um relacionamento abundante, também são indispensáveis.

Individualidade

Aqui está a expressão-chave dos relacionamentos saudáveis: individualidade preservada. Diferentemente do que a gente aprendeu enquanto sociedade (que duas pessoas, quando decidem se amar, deixam de ser duas e passam a ser uma só), ter desejos, projetos, rotinas, relações individuais é importante para a saúde dos relacionamentos amorosos. Isso porque não deixamos de ser indivíduos ainda que estejamos em pares.

Você é e sempre será responsável pela sua própria vida, pelo que você faz com a sua vida, e estar numa relação te permite compartilhar o que você sente e pensa sobre si, sobre o mundo, mas não te veta da obrigação (e do prazer!) de capitaniar o seu próprio navio.

Quando você assume esse posicionamento e entende que é possível e, mais do que isso, necessário estar em uma relação amorosa sem abrir mão da sua individualidade, você libera o outro da responsabilidade pela sua felicidade e, de quebra, torna-de uma pessoa mais interessante, a quem o outro admira com facilidade (inclusive porque admiração também é um elemento importante quando o assunto é relacionamento amoroso).

Afinidade

Ser individual não nos impede de compartilhar objetivos e preferências com a pessoa com a qual nos relacionamos. Convenhamos: fica bem mais fácil amar alguém que nos reforça nos nossos desejos, nos confirma nas nossas escolhas. Amar, ao contrário do que nos disseram, não precisa ser difícil, não precisa ser sinônimo de renúncia, luta, sacrifício e outros tantos dificultadores do amor.

A afinidade nos conecta, facilita a nossa comunicação com o outro, potencializa a intimidade e a fluidez de uma relação amorosa. Afinal, como diz o Fernando Anitelli, os dispostos se atraem (alô, disponibilidade!) e os opostos se distraem. E é muito natural que nos aproximemos e nos vinculemos às pessoas que partilham dos nossos interesses, né?

Então, não precisamos remar contra a maré nesse sentido; podemos, muito tranquilamente, respeitar o movimento do match e descobrir no outro o que há para além daquilo que também temos em nós.

Racionalidade

Quem nunca ouviu dizer que a emoção e a razão caminham em direção contráeias, travam uma batalha atemporal e se anulam em suas funções na hora tomarmos uma decisão? Pois saiba que, quando falamos da decisão de amar uma outra pessoa e se lançar num relacionamento amoroso, a emoção e a razão caminham de mãos dadas.

Tá certo que aquela euforia da paixão, muito comum nos inícios de relacionamento, dá uma bagunçada nas nossas percepções, ou seja, a nossa capacidade de racionalizar sobre a relação em questão nos escapa momentaneamente.

Mas, para além desse recorte, vale nos utilizamos da racionalidade para conduzirmos a nossa relação amorosa com saúde, fazendo aferições da dinâmica do relacionamento, abrindo espaço para o diálogo, verificando o que ainda faz sentido para mim e para o outro… o amor não é essa coisa entorpecente, que nos tira a habilidade de pensar, questionar, decidir. O amor não é romântico.

Pelo contrário: o amor nos coloca em contato com a realidade, com a capacidade de elaboração, de construção, de racionalização. O amor é aprendizado. E na racionalidade estão os combinados, os limites, os planos, as decisões…

Como você tem aprendido o amor por aí? Como você tem se permitido amar e ser amada/o/e?

Quer continuar por aqui? Confira este post sobre família e suas relações.

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